terça-feira, novembro 11, 2008

Sem título, nem sentido...

Partes de mim
Vagam e levitam
Desfazem
Refazem
Bagagem
Tralhas
Todo tipo de restos e dejetos mentais
Entulhados e embalados para presente
Rostos sem gosto ou cheiro
Corpos sem forma ou eixo
Giram
Traçam a linha
Compassos dançantes, círculos tortos
Ossos de esperança
Quintal de mortes
Paralelas ortogonais
Entrincheiram-se no plano insólito
Escondem em criptogramas os disfarces sem face
Sem olhares
Toques ou bocejos
Inumanos sem respeito
Peito sem coração
Agir com razão
"...o buraco é fundo, acaba-se o mundo!"

Renato.

domingo, setembro 14, 2008

Divagando

De repente tudo acaba, porque nunca se iniciou. Mas nem por isso perde seu sentido, permanece, se guarda, só uma lembrança trancada para outrora ser aberta e, de certa forma, apreciada. Não há melancolia, não há despedidas, apesar de me agradarem...auto-flagelamento sentimental?! Não! Só gosto, quem disse que a sua dor é a minha? As pessoas são iguais e diferentes, individual e coletivamente, mas isso não faz sentido, só uma "elucubração"...eu sei, palavra fora de contexto, mas eu quero usar... Usar...sem abusos.
E você não vai entender, e você vai perguntar "Desde quando você escreve em prosa?"...Eu realmente não escrevo prosas, quem disse que sou eu?! É só meu eu-lírico lispectorianamente influenciado, mas só por hoje ok? Afinal, nem tenho tanto talento...hoje o vento...ventou, e eu... eu eusei...

...Muita vontade de rir desse texto babaca, mas vou manter a postura de autor "modernista" pós-conteporâneo pertecente a vanguarda dadaísta - do cavalo de brinquedo - , e ficar sério, fingindo fazer sentido, fingindo que to sendo...

Abraço a todos,

Renato(?).

segunda-feira, julho 21, 2008

A Invasão

Chegou sem avisar ou pedir licença
Surpreendido, nem pude reagir
Cedi a todos os sentimentos
Reneguei a toda minha razão
Aquele mistério que, por muitas vezes, me paralisa
O olhar brilhante que incita o desejo
A simplicidade de uma leve brisa
O pensar incessante que me leva ao desespero
A invasão da terra que, outrora, fora minha
Mas foi ainda mais além

Me roubou todo o pessimismo
Me fez sorrir por ser bobo
E rir por estar sorrindo
Qual é a sua magia?
Acho que vou me tratar
Não vejo motivos para chorar
Só uma razão pela qual pensar
E isso é tudo o que faço
Nas horas vazias do meu ser
Ou mesmo nas mais saturadas de preocupações
Você me faz ver o que não posso entender
Talvez sejam só alucinações...

...Nossa, quem escreveu isso heim?! Hahahahha...

Renato.

domingo, maio 18, 2008

Monólogo do Eu Mesmo

Revolta!
Cansado da falsa paz que precede a guerra
Cansado de viver em trevas
Não sou nenhum personagem medieval
Não preciso de falsas verdades para enxergar coisas inverossímeis
Tenho minha cabeça parcialmente no lugar
Pois imparcialidade gera inércia
Quero poder olhar para todos os lados
Sem medo
Sem pressa
Correr do nada e por nada quando me der na telha
Pular de prédios e cair de cabeça
Me espatifar no chão e ainda abrir os secos olhos da incerteza
Unicamente para dizer: "Valeu a pena, beleza..."
E ainda me impõem barreiras por pura intransigência
Desejam uma estátua, esperando para ser corroída por sua chuva ácida
Mas não tenho tal paciência
Então me vou
Não, não vou
Quem sabe? E a quem interessa?
Findo aqui nossa conversa...

........Hahahahhaha, abraço a todos!

Renato.

domingo, abril 13, 2008

Mudanças

...E de repente tudo muda
Num simples trocar de palavras simples
Na busca pelo novo encontrei o inovador
Não vou deixar isso passar
Vou segurar e só soltar quando realmente for a hora
Mas não vou pensar nisso agora
Eu quero sentir o que está para ser sentido
Sem cálculos ou projeções, sem preocupações
Só discuto o que deve ser discutido
E de repente tudo muda
Porque eu mudei...

Renato.

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Pequenos



Olhando para o céu, hoje eu percebi o quanto eu sou pequeno
Vi além do que poderia ver ou pensar que estava vendo
Imaginei o universo que se expande a cada minuto
As infinitas estrelas e galáxias que nos circundam
Apesar de meus olhos só me mostrarem os limites visíveis
Minha mente pode me apresentar coisas incríveis
Fiz uma pequena viagem pelo sistema solar
E então parei para descansar
Um pequeno lanche nos anéis de Saturno
E uma soneca no azul de Netuno
Então era hora de voltar...
Renato.

quinta-feira, janeiro 31, 2008

Sombras Urbanas

Caminhando por ruas vazias
Elas vão em silêncio
Querem atenção, uma pequena demonstração
De que não foram esquecidas por completo
Muitas nunca viveram, apenas sobrevivem
Elas apelam com gritos mudos aos ouvidos surdos dos que por ali passam
As vezes nem isso, as vezes só observam, imaginam como seria
Se um dia alguém lhes desse uma oportunidade
Como seria passar um dia na vida de uma daquelas pessoas que vagam por ali diariamente?
Como seria viver de verdade?
Porque aquilo que fazem não é viver, não senhor
Já são praticamente objetos do ambiente
Ninguém nem se quer lhes dirige um olhar
É claro que não posso generalizar, nunca
Alguns o fazem, até mais do que isso
Porém os contrastes são grandes
Mas nem todos podem se preocupar com os assuntos alheios não é?
Sejamos cegos e elas serão sombras, apenas sombras urbanas

Renato.