sábado, novembro 14, 2009

Cantiga da Mosca

vejo e passo
vejo o passo
sigo e paro
continuo e caio
levanto e sigo
penso e paro
se vou se fico
se faço caso

janela abre
janela fecha
porta range
chão escorrega
noite cai
dia surge
vão as estrelas
ficam as luzes

criança corre
adulto chora
velho morre
o povo acorda
enterra o corpo
faz a missa
liga a tv
cadê a pizza?

cachorro late
o gato mia
peixe nada
o papagaio grita
a planta cresce
o vento voa
se vai o sol
lá vem garoa

a chuva aumenta
rio transborda
enche a casa
o carro capota
o tempo passa
nada muda
morro desliza
o país afunda...

Renato.

domingo, setembro 27, 2009

Os Sentidos (Apnéia Mental)

Desejos transparecidos apenas em olhares trocados furtivamente com a avidez de um ato libidinoso que é repreendido pela massa que se diz pura e livre dos pecados mas por baixo dos panos em chamas vive e se alimenta. Fluidos corporais que umedecem e misturam e ebulem na superfície quente de corpos em atrito e lábios que escorregam por todos os lados sem reais alvos apenas acariciando a carne. Dedos firmes que apertam em busca de segurança e soltam quando a sentem no choque de almas os olhos permanecem fechados e as narinas abertas sentindo o cheiro ácido de uma reação em cadeia e sem intervalos que segue até a exaustão de cabeças pesadas e músculos latejantes sem qualquer energia sobressalente...Mas a matemática estava no quadro e as canetas em suas respectivas mãos...

Renato.

quinta-feira, junho 11, 2009

Desencontros

Quanto tempo passamos nos enganado?
Quanto tempo jogamos ao vento pela falta de atitude?
E eu me perco cada vez que paro para refletir sobre toda essa história
Algo singelo a primeira vista, porém de grande potencial
Potencial...em que? para que?
...Nunca nos permitimos saber
Vamos fingir que a culpa é do resto
Talvez assim possamos nos sentir mais leves
Pena que, como toda anestesia, duraria apenas por algumas horas

Algo insuficiente para esquecer descasos e remorsos; comodismo e silêncio
Relações perdidas, postumamente recuperadas, mas até onde?
Sinto a falência de um de nossos órgãos
Nem sempre porque se sente algo, este está realmente lá
O não dito nem sempre é subentendido, mas quando o é, não é necessariamente compreensível
E assim seguimos...até quando?

... ... ...

Renato.

quinta-feira, abril 30, 2009

Tudo azul

De cara limpa
Cabeça vazia
Corpo descansado
Eu to relax
Ouvindo música
Lendo um livro
Assistindo TV
Falando contigo
Durmo um pouco
Um pouco mais
Sem tendência a pendências
Esquecendo tudo, sendo feliz

Revigorado e despreocupado
Deixo tudo para trás e sigo assim

Datas saudosas, outras nem tanto
Não faço planos, talvez projetos
Mas isso independe de qual é meu bando
Cada dia é novo
Mas isso nem faz mais diferença pra mim...

...Pareço melhor né rs? É verdade, o que um acústico do DRC não faz hahaha!

Abraço,

Renato.

sexta-feira, março 27, 2009

Não leia em caso de tédio...isso não vai ajudar - O Sol

E chegam os dias em que nada ou ninguém é interessante o bastante
Em que nada ou ninguém parece ter qualquer interesse por você
Nem mesmo o tempo, que passa sem que você passe por ele
Parado, petrificado pelo desânimo
Pela falta do falar ou fazer, até mesmo do escrever
E tudo se torna previsível
Pois o hoje é só uma cópia tosca do ontem
E o ontem já não era dos melhores
E tudo é embaçado ou ilegível demais para trazer lembranças
Vivendo num presente de passado esquecido e futuro sem expectativas
Onde as pessoas deitam ao amanhecer esperando que o Sol simplesmente desista
Desista de nascer, de dar luz ou à luz os filhos sem graça que são cada vez mais comuns
Mas ele não desiste, nos obriga a viver esse clichê diário e potencialmente explosivo
E todos nos tornamos uma espécie de terrorista enfadonho
Para o qual até mesmo implodir-se no meio do Central Park seria um pé no saco...

É, eu to cada vez melhor nisso rs*...

Renato.

terça-feira, novembro 11, 2008

Sem título, nem sentido...

Partes de mim
Vagam e levitam
Desfazem
Refazem
Bagagem
Tralhas
Todo tipo de restos e dejetos mentais
Entulhados e embalados para presente
Rostos sem gosto ou cheiro
Corpos sem forma ou eixo
Giram
Traçam a linha
Compassos dançantes, círculos tortos
Ossos de esperança
Quintal de mortes
Paralelas ortogonais
Entrincheiram-se no plano insólito
Escondem em criptogramas os disfarces sem face
Sem olhares
Toques ou bocejos
Inumanos sem respeito
Peito sem coração
Agir com razão
"...o buraco é fundo, acaba-se o mundo!"

Renato.

domingo, setembro 14, 2008

Divagando

De repente tudo acaba, porque nunca se iniciou. Mas nem por isso perde seu sentido, permanece, se guarda, só uma lembrança trancada para outrora ser aberta e, de certa forma, apreciada. Não há melancolia, não há despedidas, apesar de me agradarem...auto-flagelamento sentimental?! Não! Só gosto, quem disse que a sua dor é a minha? As pessoas são iguais e diferentes, individual e coletivamente, mas isso não faz sentido, só uma "elucubração"...eu sei, palavra fora de contexto, mas eu quero usar... Usar...sem abusos.
E você não vai entender, e você vai perguntar "Desde quando você escreve em prosa?"...Eu realmente não escrevo prosas, quem disse que sou eu?! É só meu eu-lírico lispectorianamente influenciado, mas só por hoje ok? Afinal, nem tenho tanto talento...hoje o vento...ventou, e eu... eu eusei...

...Muita vontade de rir desse texto babaca, mas vou manter a postura de autor "modernista" pós-conteporâneo pertecente a vanguarda dadaísta - do cavalo de brinquedo - , e ficar sério, fingindo fazer sentido, fingindo que to sendo...

Abraço a todos,

Renato(?).